sábado, 6 de dezembro de 2008

Meio despida
Meio indecisa
Ao pé da porta

Não me quis expôr

Porque a minha mãe não se expõe
E o meu pai não se expõe porque se esconde
Mas eu sempre vivi mais fora que dentro

E agora caiem-me das mãos lágrimas
Que nem sequer apanho dos olhos
E do chão apanhei pedras
Que nem sequer fazem o meu caminho

E o meu lugar ficou pequeno
E as pessoas partiram, todas
E foi de avião

Eu nem sequer gosto da minha rua
Mas também nunca gostei de mim nua
E vivo em mim desde que me encontrei

A verdade é que não vivo sem ti
E nunca, mas juro que nunca
Te procurei

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